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ana luisa Moraes

O corpo e as formas de conexão com o vazio

Atualizado: 31 de ago.


Inundada ultimamente por uma sensação de esvaziamento interno e uns chamados mais concretos de mudança de vida, tal como assumir de fato a arte, compreendi  que, para  efetuar isto  que está  nascendo, eu não posso mais me distrair e sim encarar o tal vazio que anda me assolando.

Lembrei agora de um trecho de um livro da Helena Blavatsky, a Voz do Silencio em que diz: 


“Deixe que as ardentes lágrimas caiam uma a uma em teu coração e nele permaneçam sem que as enxugues, até que haja desvanecido a dor que as causou”.


Não estou aqui louvando o sofrimento, mas numa sociedade em que preza as comodidades, os alívios de forma constante às dores e a busca incessante por dinheiro, é real que não se chega com tanta facilidade neste lugar inóspito de uma voz que não é do pensamento, nem do sentimento. É de um lugar bem mais fundo e com mais sabedoria. E sim, dá vertigem. Dá medo!!! Pois aqui venho sentindo que é o lugar da verdadeira mudança que muitas pessoas anseiam.

Escrevi poeticamente num post do Instagram recentemente:


“A verdadeira liberação está no vazio oculto. Nas profundidades tudo se torna lei!”


Para aprofundar esse texto, vou precisar trazer uma relação com a minha história e também com o meu trabalho aqui do Raízes Ateliê, que justamente trabalha com as liberações da fáscia. Percebi que muitos dos meus movimentos corporais de vida envolta por any praticas e o meu apaixonamento pelas atividades físicas, no fundo, foi muito uma forma de me trazer alívios, hormônios e me impedir de olhar para a questão central que eu sempre precisei olhar.... o vazio. Está bem, você pode vir aqui e me questionar: Mas Ana Lu, atividade física não é necessária para a manutenção da saúde e  para nos mantermos minimamente saudável  nessa vida frenética que levamos? Sim, não nego isso e talvez apenas estou aqui escrevendo esse texto sobre o vazio porque de fato eu me mantive em movimento. Mas, onde eu quero chegar é que temos que ter muito cuidado de ir fazendo essas manutenções da vida. Por exemplo: eu tive um dia cão, num trabalho cão, tenho um marido cão... mas eu vou lá na minha yoga e me reponho. Ou na minha corrida... é tipo um remédio de hormônios produzido naturalmente mas que pode estar lhe impedindo de olhar para o que você verdadeiramente precisa olhar. Atividade física como saciedade, ou até mais para se manter numa segurança de um corpo bonito, pode estar sim lhe impedindo de olhar mais fundo para a sua própria vida. E as liberações quando feitas nesse intuito de alivio, ou mesmo com o intuito de sanar uma dor, e não de ir fundo no seu próprio ser, também vai para o mesmo caminho anestésico. Por isso, eu ergo muito a bandeira das liberações miofasciais num lugar muito mais profundo para que lhe auxilie nesse caminhar para o esvaziamento, para deixar vir o que de fato você precisa encarar.  E nesse universo do corpo, valorizo cada vez mais o valor pela arte e a dança, e falo de uma dança que move lá de dentro e que nos coloca de frente com um corpo emocional, com uma fáscia emocional e uma ação muscular conectiva. Apenas assim, nos deparamos com os mistérios da vida. A arte não vem da racionalidade, não vem dos sentimentos já desgastados pelos hábitos.... vem de uma voz mais profunda!! A voz da natureza como tenho gostado de chamar. Ou a voz da força...  


Dance as tuas entranhas!!!

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1 Comment


Flávia Leon
Flávia Leon
Sep 02

Agradeço sempre pela partilha do teu olhar profundo e instigante!

Aceitemos o corpo como um instrumento, e que seja feita a Sua vontade!!

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